por Ana Paula Teixeira
Continuo nesta postagem a falar
sobre minha viagem pela França, falarei um pouquinho sobre a região de Paris e
Genebra na Suiça, e darei algumas dicas sobre transporte entre as cidades do
roteiro, sobre hospedagem, alimentação e gastos. Se você ainda não leu as outras duas
postagens clique abaixo:
- Parte I
- Parte II
Região de Paris – Île
de France
No mundo Ocidental, Paris é a
segunda cidade mais visitada, ficando atrás apenas de Londres. A capital francesa,
eternizada pelo cinema e a televisão, está muito presente em nosso imaginário.
É uma cidade que possui mais símbolos célebres do que qualquer outra, quem
nunca ouviu falar ou nunca viu uma foto da Torre Eiffel, do Arco do Triunfo, da
Champs Elysées, do Moulin Rouge, da Catedral de Notre-Dame e dos famosos cafés
de Paris? Eu que já estive lá duas vezes posso confirmar: é impossível não se
apaixonar por Paris, essa cidade que possui tanta oferta cultural, tanta
história e tanto charme. Seja você um amante da Arte, da História, da
Arquitetura, da Gastronomia ou da Moda, Paris é aquela cidade que você deve
visitar pelo menos uma vez na vida. Não deixe de conhecer desde os pontos turísticos mais famosos como o Museu do Louvre e o Rio Sena até as atrações menos frequentadas
pelos turistas, como o Instituto do Mundo Árabe, as incríveis galerias de arte
contemporânea do Marais e os diversos mercados.
Na primeira vez que viajei à Europa, fiquei apenas 4 dias em Paris, e a sensação era de não ter conhecido nem um terço da cidade. Dessa última vez, resolvi ficar 8 noites para poder aproveitar um pouco de tudo que a capital francesa tem a oferecer.
Na primeira vez que viajei à Europa, fiquei apenas 4 dias em Paris, e a sensação era de não ter conhecido nem um terço da cidade. Dessa última vez, resolvi ficar 8 noites para poder aproveitar um pouco de tudo que a capital francesa tem a oferecer.
Imagem 1: Champs de Mars, Paris, França
Fonte: Do Autor
Imagem 2: Pont de l'Archevêché, Paris, França
Fonte: Do Autor
Durante essa estadia de 8 noites,
quase 9 dias, fizemos dois passeios bate-volta. O primeiro foi a Giverny, a
cidade onde fica a casa e os jardins do pintor impressionista Claude Monet, um
pequeno paraíso que não fica na Île de France, na realidade pertence à região
da Normandia, mas é bem perto de Paris. Nós compramos um passeio de uma agência
de turismo que vai e volta no mesmo dia, o trajeto dura pouco mais de 1 hora.
Você pode também ir até Giverny por conta própria, usando o transporte público,
falaremos sobre isso em uma postagem futura. Confira o mapa abaixo:
Imagem 3: Trajeto Paris - Giverny, França
Fonte: Google Maps
Imagem 4: Jardins de Monet, Giverny, França
Fonte: Do Autor
O outro passeio foi até
Versalhes, onde ficam o icônico Palácio de Versalhes e seus maravilhosos jardins.
Na primeira vez em que estive lá, fiquei muito tempo em uma fila monstruosa
para entrar no castelo, um pesadelo para quem viaja em alta temporada. Desta
vez, a intenção foi explorar melhor os jardins, que também têm uma fila de
acesso, mas essa é bem menor. Para chegar até Versalhes basta pegar um trem, é
fácil e bem mais barato do que comprar o passeio em uma agência de turismo.
Contarei mais detalhes para vocês em um post futuro.
Imagem 5: Jardins de Versalhes, França
Fonte: Do Autor
Outros destaques da região de
Paris são a Disneyland, a versão
europeia do resort, localizada a 32 km do centro de Paris; La Defense, o
distrito de arranha-céus a 3km da capital, para quem curte uma arquitetura
ultramoderna; Fontainebleu, onde fica um dos castelos mais bem decorados da
França, uma bela cidade também pertinho da capital; a pequena e seleta
Chantilly, cidadezinha onde foi criado o crème que conhecemos como chantili.
Genebra – Suiça
Genebra é conhecida por abrigar
diversas organizações internacionais, entre elas a ONU, a Cruz Vermelha e a OMC,
e por ser um centro internacional de humanitarismo. É famosa pelos bancos
mundialmente reconhecidos por garantirem sigilo absoluto da conta de seus
clientes. Além disso, é uma cidade multicultural, que oferece muitas atrações
culturais, teatros, óperas, cafés, restaurantes e museus que contam mais de
2000 anos de História. Vale muito a pena passear ao redor do lindo lago azul de
Genebra e pelas ruelas do centro histórico. Não é um destino barato, achei os
preços bem mais caros do que na França, porém o transporte público para
turistas é gratuito.
Decidimos visitar Genebra
principalmente pela sua proximidade à fronteira com a França, mas também porque
era mais uma ótima oportunidade de praticar o francês (língua oficial nesta
parte da Suiça) e de conhecer, ainda que bem pouquinho, a cultura de outro
país. Dormimos por lá uma noite e ficamos até o outro dia à tarde, não deu para
conhecer muita coisa, recomendo ficar um pouco mais, para poder visitar as
várias atrações e passear com calma pelo lago, que é deslumbrante.
Imagem 6: Organizações das Nações Unidas, Genebra, Suiça
Fonte: Do Autor
Imagem 7: Lago de Genebra, Suiça
Fonte: Do Autor
Transporte
Após pesquisar muito a respeito,
decidimos fazer todos os deslocamentos de trem, pela companhia francesa SNCF. O
serviço é ótimo, os assentos são confortáveis e o trem é bem espaçoso. Na
maioria dos trajetos não tivemos problemas com atrasos, mas em algumas cidades
tivemos que esperar por bastante tempo, devido às más condições meteorológicas.
Eu recomendo apesar disso e não me arrependo da escolha.
Gastamos 270 euros com as viagens,
foram 14 trajetos no total. A passagem mais cara custou 32 euros e a mais
barata, 10 euros. Confira preços de passagens e horários de trens aqui. É sempre bom comprar com
bastante antecedência para não correr o risco de acabarem as passagens e de o
valor aumentar.
Imagem 8: Gare de Lyon Part-Dieu, estação de trem
Fonte: Do Autor
Hospedagem
Existem algumas boas opções de hospedagem
para quem não quer gastar muito. Comentarei a seguir sobre cada
uma:
Hostel (Albergue): Você pode
escolher entre dois tipos de acomodação, quarto compartilhado e quarto
privativo. Se você escolher a primeira, reservar uma cama em um quarto com
pessoas desconhecidas, o preço normalmente sai mais em conta do que quartos em
hotéis, porém se você estiver sozinho ou em casal, e escolher ficar em quarto
privativo, vai acabar pagando quase a mesma coisa que em um hotel. A segunda
opção acaba compensando, no entanto, para quem viaja em grupo, dá para fechar
um quarto privativo de 6 até 8 pessoas e o preço cai bastante em relação a
quartos duplos. Nas cidades do interior, principalmente as menores, é um pouco
difícil encontrar albergues, esta acaba sendo uma opção mais viável para cidades
grandes. Em Genebra, por exemplo, ficamos em um hostel (City Hostel), pois foi o melhor
custo-benefício que encontramos. Sites para consultar: Hostel World, Hostel Bookers, Booking.com.
Apartamento / Quarto: Paris é a
cidade mais cara da França e a melhor opção de hospedagem que encontramos foi sublocar
um apartamento pelo Airbnb, um site
que oferece aluguel de casas, apartamentos e quartos, e os valores são MUITO menores.
É possível encontrar ótimas acomodações em localizações excelentes. Quando
estive em Nova York, fiquei em um quarto que aluguei no Airbnb e em Londres
desta última vez também. Ótima opção para quem está viajando em casal, ou até
em grupo, e uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a cultura e os
hábitos locais, já que vários proprietários moram na propriedade que estão
sublocando.
Hotel: Uma vantagem desse tipo de
acomodação é a comodidade e o fato de alguns oferecerem café da manhã, você não
precisa se preocupar com nada. Nas cidades menores, eram nossa única opção,
ficamos em alguns locais ótimos e em outros que deixavam um pouco a desejar. Se
o hotel é barato de mais, é bom desconfiar, uma boa dica é verificar a
avaliação das pessoas que já se hospedaram lá, ver qual sua nota, isso vale
também para hostels e apartamentos. Onde procurar: sites como Booking.com, Hoteis.com e Decolar.com.
Uma dúvida que sempre surge em
relação à hospedagem é: em que região da cidade ficar? Na maioria das cidades, optamos por acomodações perto da estação de trem, para não precisar gastar com
deslocamento. Normalmente, as estações ficam no centro da cidade, perto das
atrações turísticas, é importante verificar onde vai parar o trem que você está
pegando, pois alguns param nas “gares TGV”, que ficam mais afastadas. Nas cidades maiores, principalmente, também é
interessante pesquisar se o bairro que você escolheu para se hospedar é seguro
e se é próximo ou de fácil acesso às atrações que você deseja visitar.
Quanto vou gastar?
Calculamos uma média de gasto de
80 euros por dia incluindo alimentação, passeios/atrações e compras, em Paris e
Genebra você acaba gastando um pouquinho a mais porque são cidades caras, no
interior da França é bem provável que você gaste menos de 80. Com essa média você consegue fazer boas refeições (aproximadamente 20 euros por refeição), não
precisa passar a viagem comendo fast food, e ainda sobra dinheiro para atrações turísticas, compras, baladas etc. Com a hospedagem, em Paris, gastamos em torno de 25 euros por pessoa a
diária, em Genebra, 35 euros. Nas demais cidades, gastamos uma média de 20
euros por dia, mas o valor variou bastante de uma cidade para outra.
É importante ressaltar, no
entanto, que esses valores são correspondentes ao ano de 2015 e que, portanto,
não devem ser usados em seu orçamento sem consulta prévia, a cotação do euro e
do dólar mudam sempre e os preços variam bastante de um ano para outro, a
intenção é apenas dar uma ideia para quem está planejando fazer uma viagem
deste tipo. Na hora de fazer o orçamento, busque preços de hospedagem, de
atrações etc. para ter números mais precisos, mesmo porque os mesmos variam de
acordo com o perfil do viajante. Existem alguns sites que ajudam a fazer esse
cálculo, como, por exemplo, o Quanto Custa Viajar,
ele te dá uma média de gasto por dia em diversas cidades do mundo, em reais.
Alimentação
Já ouvi várias reclamações de
brasileiros que viajaram à França, principalmente a Paris, em relação à comida.
Existe um mito de que não se come bem por lá, que as porções são mixurucas etc.
O principal causador desse “problema” é a barreira da língua e isso não ocorre
apenas na França. Conheço poucas pessoas que dominam o francês, a maioria dos
brasileiros que viajam à França não dominam o idioma e muitos não falam inglês
fluente, o que dificulta a comunicação. Existe outro mito de que franceses não
falam inglês e que não gostam de responder quando você fala inglês com eles. Na
realidade, o principal inconveniente é o sotaque, a maioria fala inglês sim,
porém o sotaque deixa a compreensão um pouco difícil. Sendo assim, fica difícil
fazer uma boa escolha em um restaurante ou café, e as pessoas acabam recorrendo
ao fast food, que é universal, quem não sabe pedir um cheeseburger, não
é mesmo?
Sendo assim, como comer bem na
França se não falo francês? Basta entender como funciona o esquema do “Menu du Jour” e
do “Plat du Jour”, e andar sempre com um dicionário, pois não dá para confiar
tanto no Wi-Fi, em alguns lugares não há conexão de internet. O Menu é uma
opção que a maioria dos estabelecimentos oferece, ela inclui uma entrée
(entrada), um plat (prato principal) e uma dessert (sobremesa), você escolhe
entre as várias opções de entradas, pratos e sobremesas. O Menu é a opção mais
bem servida, entretanto, se você não estiver com tanta fome eu recomendo o Plat du Jour (prato do dia), que consiste em opções de pratos
principais por um valor menor do que o normal. Existe ainda a opção de combinar
entrée e plat du jour ou plat du jour e dessert, também por um valor mais em
conta. As seleções de Menu e Plat du Jour normalmente ficam escritas em uma
lousinha de giz na entrada do estabelecimento. Antes de viajar, procure
pesquisar os principais pratos típicos franceses e vocabulário de comida, isso
ajuda bastante.
Você pode alternar refeições como
as descritas acima com opções baratas e práticas como crepes, sanduíches, pizzas,
massas, tortas e saladas. No supermercado, você encontra sanduíches naturais e
comida congelada de ótima qualidade (eles vendem até risoto, e é uma delícia).
Obs.: Nos restaurantes, quando
você pede um prato ou um Menu, eles te trazem uma cestinha de pão (cortesia) e
a água também é de graça, basta pedir “une carafe d’eau, s’il vous plaît”.
Imagem 9: Menu du Jour
Fonte: Restaurant La Dolce Vita
Imagem 10: Le Plat du Jour
Fonte: Wikipedia
Este foi o meu roteiro de viagem pela
França, espero que tenha sido útil e que tenha lhe ajudado a montar seu próprio
roteiro. A seguir, falarei mais detalhadamente sobre cada cidade que visitei e
darei muitas outras dicas úteis.
Vêm aí... roteiro cultural em
Nova York, Rio de Janeiro e Salvador! Fique de olho ;)
Até a próxima!