Imagem 1: Casa de Portinari, Brodowski
Fonte: Do Autor
O último passeio cultural que fiz foi ao Museu Casa de Portinari, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo, a poucos minutos de Ribeirão Preto (minha cidade natal). Já havia visitado o museu no mínimo duas vezes quando criança, mas resolvi voltar à cidade para conferir as reformas do museu que ocorreram recentemente e, é claro, para poder registrar minha experiência e contar para vocês. Mas antes de falar sobre o museu, uma pequena biografia do artista, que é um dos maiores nomes das Artes Plásticas no Brasil.
Cândido Portinari nasceu em 1903, na cidade de Brodowski, em
uma fazenda de café. A família do pintor, de imigrantes italianos, era de
origem humilde. Manifestou vocação para as artes desde a infância, e aos 15
anos matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Mais
tarde, viveu por alguns anos em Paris e retornou ao Brasil em 1931. Em 1935,
teve seu primeiro reconhecimento fora do Brasil, uma menção honrosa na
exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, por
uma tela de grandes dimensões intitulada “Café”, que retrata cena típica de
colheita na sua região de origem.
Imagem 2: "Café", Cândido Portinari.
Fonte: Do Autor, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
No final da década de 30, o reconhecimento de Portinari nos
Estados Unidos já estava consolidado. Em 1939, o Museu de Arte Moderna de Nova
York adquiriu sua tela “O Morro”. “Em 1944, a convite do arquiteto Oscar
Niemeyer, iniciou as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha,
em Belo Horizonte (MG), destacando-se o mural “São Francisco” e a “Via Sacra”,
na Igreja da Pampulha.” Em 1952, iniciou os estudos dos painéis “Guerra e
Paz”, que foram oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da ONU em Nova
York. “Foi o único artista brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte
Moderna, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas (Bélgica), em 1958.” É, sem
dúvidas, um dos artistas brasileiros de maior projeção nacional e internacional.
Imagem 3: Igreja São Francisco de Assis, lagoa da Pampulha, Belo Horizonte
Fonte: Tuca Vieira, Arco
O Museu Casa de Portinari procura mostrar os vários lados do
artista: o desenhista, o poeta e o político. O fato de o museu estar instalado
na casa onde viveu com a família faz com que o visitante tenha uma interação
mais intimista com a sua trajetória de vida, seu legado, e com as raízes do
pintor, que muito estiveram presentes em sua obra.
O acervo do museu constitui-se principalmente de pinturas
murais realizadas nas paredes da casa com as técnicas de afresco e têmpera. Achei
muito interessante o vídeo que explica como essas técnicas são feitas. Além das
pinturas, o museu abriga móveis e objetos da família, alguns cômodos foram
mantidos em sua forma original, outros foram transformados em sala de exposição.
Há ainda algumas salas interativas com material audiovisual, ponto muito
positivo da reforma do museu. No site oficial do museu, você pode conferir as
atrações cômodo por cômodo, veja neste link. Dentre os destaques estão a Capela
da Nonna (com maravilhosa pintura mural), o ateliê do artista e os jardins.
Imagem 4: Capela da Nonna, Cânido Portinari.
Fonte: Do Autor, Museu Casa de Portinari.
Um fato interessante sobre a casa de Portinari é que a mesma
nem sempre teve o mesmo tamanho. A família realizou sucessivas ampliações até
que adquirisse a configuração atual. Em 1968 a propriedade foi tombada pelo
Iphan e no ano seguinte foi adquirida pelo Estado de São Paulo. O museu foi
inaugurado em 14 de março de 1970.
Além do museu, você ainda pode conferir os Caminhos de
Portinari na cidade de Brodowski: A Praça Cândido Portinari, onde há um busto
em homenagem ao artista, palco da vivência de Portinari durante a infância; a
Igreja de Santo Antônio, a primeira igreja matriz de Brodowski, que abriga a
única tela de Portinari mantida na cidade, a pedido do artista; Coreto Lauro J.
Almeida Pinto, presente na memória afetiva de muitos brodowskianos; a antiga
estação ferroviária, muito icônica porque ao redor da mesma surgiu a cidade de
Brodowski, batizada com este nome a partir do engenheiro polonês Alksander
Brodowski, inspetor geral da ferrovia na época de sua inauguração; e por fim, o
Bebedouro Público de Animais, onde os troles
(veículo de 4 rodas puxados por cavalos) que chegavam e saíam da cidade
paravam para que os cavalos pudessem tomar água.
Se estiver com um pouco mais de tempo, você não pode deixar
de visitar também a igreja matriz de Batatais, a apenas 13 km de Brodowski. Lá
encontra-se um belíssimo acervo sacro de Cândido Portinari, recentemente
restaurado, com 28 obras, é o maior acervo sacro do pintor. Vale muito a pena
conferir!
Imagem 5: Santo Antônio, Cândido Portinari
Fonte: Do Autor, Igreja de Santo Antônio, Brodowski.
Imagem 6: Obra de Portinari Igreja Matriz de Batatais
Fonte: Prefeitura Municipal da Estância Turísticas de Batatais
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Criativo. Você também pode conferir mais fotos do museu Cândido Portinari e de
Brodowski no álbum do Facebook, clicando aqui. Nos vemos na próxima!
Referências:
SÃO PAULO. Museu Casa de Portinari. ACAM Portinari, Secretaria da Cultura. Museu Casa de Portinari. 2016. Disponível em: <http://museucasadeportinari.org.br/>. Acesso em: 28 ago. 2016.
SÃO PAULO. Museu Casa de Portinari. ACAM Portinari, Secretaria da Cultura. Caminhos de Portinari. Brodowski: 2016.
Referências:
SÃO PAULO. Museu Casa de Portinari. ACAM Portinari, Secretaria da Cultura. Museu Casa de Portinari. 2016. Disponível em: <http://museucasadeportinari.org.br/>. Acesso em: 28 ago. 2016.
SÃO PAULO. Museu Casa de Portinari. ACAM Portinari, Secretaria da Cultura. Caminhos de Portinari. Brodowski: 2016.